O relatório De Olho nas Metas 2009 mostra que o ensino no país melhorou, mas ainda há muito para avançar
A Educação brasileira está cheia de siglas cabeludas e provas para medição de qualidade: Saeb, Ideb, Prova Brasil, Provinha Brasil, Saresp, Enem... Bom, Enem todo mundo sabe o que é, não é mesmo? Todas essas siglas significam que a Educação brasileira vem sendo avaliada. Sim, não são apenas as crianças e os jovens que passam por provas e recebem notas. A Educação também é medida. Todas essas siglas, portanto, indicam como anda a qualidade da Educação brasileira. Sem o Saeb, o Ideb, a Prova Brasil, a Provinha Brasil, o Saresp, o Enem, sem essas siglas esquisitas não haveria como saber se o seu filho está realmente fazendo o que deveria na escola: aprender.
Desde a década de 90, quando o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e outros índices foram criados, ficou possível ver se a escola estava cumprindo o seu papel de ensinar e o jovem tendo atendido seu direito de aprender. Vendo os problemas de aprendizagem do aluno ficou possível melhorar o sistema de ensino da escola. Como não é possível melhorar tudo de uma vez, especialistas ligados ao Movimento Todos pela Educação (TPE), que articula os esforços da sociedade civil, da iniciativa privada e de governos, reuniram-se, há três anos, para definir as metas para a melhoria da Educação básica do país. Traçaram um planejamento ano a ano e estabeleceram prazos para o cumprimento dessas metas até 2022. Se o Brasil alcançar todas as projeções até lá, terá chegado a um nível de Educação semelhante ao que têm hoje alguns dos países desenvolvidos como Estados Unidos e França.
Na prática, as metas do Todos pela Educação, se efetivadas, garantem que todas as crianças estariam na escola e teriam adquirido pelo menos o conhecimento mínimo esperado para chegar ao ensino superior. “O estabelecimento de metas para aferir periodicamente a Educação ocupa um espaço estratégico na mobilização do país em torno da melhoria do ensino”, afirma Mozart Neves Ramos, presidente-Executivo do movimento Todos Pela Educação. As cinco Metas do movimento, que você lê em detalhe abaixo, abarcam o atendimento escolar, a alfabetização das crianças, a aprendizagem escolar, a conclusão das etapas da Educação Básica, e também volume e gestão dos investimentos públicos em Educação. O primeiro relatório de monitoramento dessas metas foi lançado em dezembro de 2008.
O resultado das metas de 2009 (o relatório se chama De olho nas metas 2009) foi divulgado na quarta-feira, 09/12, e mostra que houve avanços no cenário educacional brasileiro, mas que ainda há muito a fazer. Foram analisados dados dos 26 estados e do Distrito Federal e relatório mostra o acompanhamento das metas 1 e 4. As demais não têm monitoramento neste ano. "Os números retratados pelas metas de atendimento e de conclusão escolar mostram que o Brasil melhorou, mas não na velocidade desejável”, explica Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna e Coordenadora da Comissão Técnica do movimento Todos Pela Educação.
Veja a seguir as metas de 2009.
Para ler, clique nos itens abaixo:
Meta 1 - Todo aluno de 4 a 17 anos na escola
Quase 42 milhões e meio de crianças e adolescentes estão na escola. O Brasil nunca teve tantas crianças matriculadas. Ainda assim poderia ser melhor. O Brasil não alcançou a projeção para o chamado atendimento escolar, ou seja, ainda há crianças que não estão tendo seu direito de estudar atendido. Considerando os dados do Brasil, de 2007 para 2008 houve aumento de um ponto percentual, de 90,4% para 91,4%. Apesar do avanço, o resultado ficou abaixo da meta intermediária de 91,9% projetada para 2008. As regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste não cumpriram as metas. Entre os estados, somente a Bahia apresentou um resultado superior à meta intermediária para o período. Piauí, Sergipe, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal têm as maiores taxas de atendimento. Já Rondônia, Acre, Mato Grosso, Alagoas e Rio Grande do Sul ficaram abaixo das metas intermediárias estipuladas para 2008.
Meta 2 - Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos
É muito importante que toda criança saiba ler e escrever até esta idade para que consiga acompanhar os anos seguintes do Ensino Fundamental. Qualquer deficiência aqui será um peso para todos os anos seguintes. E as notícias não são boas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a PNAD, que investiga algumas características da sociedade, uma em cada quatro crianças de 7 anos matriculadas na escola ainda não atingiu a 1ª série/2º ano. Além disso, cerca de 88% das crianças são consideradas alfabetizadas, embora muitas delas ainda revelem dificuldades para ler e escrever. "O cumprimento desta meta é fundamental para o cumprimento da Meta 4, todo jovem com o ensino fundamental concluído, porque atrasos nessa fase inicial do aprendizado são difíceis de recuperar. Da mesma maneira, se a parte de qualidade da Meta 2 não tiver sido cumprida, dificilmente a Meta 3, todo o aluno deve ter a aprendizagem adequada à sua série, será alcançada", explica o especialista Ruben Klein. O Brasil ainda não dispõe de uma avaliação de larga escala para medir o nível de alfabetização de suas crianças ao término do primeiro ciclo de alfabetização na idade correta. Ruben Klein aponta que o atraso escolar nas séries iniciais pode ser agravado com a transição do Ensino Fundamental de 8 anos para o de 9 anos.
Meta 3 - Todo aluno com aprendizagem adequado à sua série.
fonte: site Educar para Crescer
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